quarta-feira, 3 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: a importância da parte mental para aplicar seu Jiu-Jitsu.

Por Luiz Dias

Esses dias, no meu dojo após o treino, surgiu na conversa a questão: guarda aberta ou fechada, qual é a mais eficiente? Eu creio que ambas são muito eficientes, mas o principal não é decidir qual a melhor. Temos grandes lutadores que representam muito bem ambas as guardas. Creio que o mais importante é que sua guarda venha acompanhada de um raciocínio lógico e fundamentada em uma estratégia, com movimentos estudados de modo que esteja sempre “um passo à frente” do oponente.

A técnica refinada associada a uma maneira de pensar demonstra como o Jiu-Jitsu nasce na mente para depois refletir no corpo com movimentos. Estratégia é fundamental, e se você parar para pensar, revendo suas lutas, quantas vezes não percebeu que poderia ter feito uma  movimentação melhor para aquele momento ou um golpe mais apropriado?

Esse exercício mental te possibilitará perceber como a estratégia é importante para a sua rotina, tendo sempre um gasto mínimo de energia, visando futuras lutas numa sequência de campeonatos, por exemplo. À medida que você for melhorando suas técnicas e suas posições, seu Jiu-Jitsu irá potencializar suas pegadas e transições, deixando seu oponente muitas vezes sem opções de ataque ou defesa.

A finalização vem como consequência ou resultado de posições muito bem elaboradas e planejadas, com variantes para qualquer opção de movimentos dos oponentes. O raciocínio de progressão para conquista de uma posição confortável e inversamente para o oponente, mostrando um Jiu-Jitsu bem técnico, detalhista em sua dinâmica, explorando a anatomia dos corpos para a utilização de uma alavanca mais forte.

Eu sempre ressalto a importância do pensamento correto, estratégico, aliado, e claro, ao rendimento e uso da energia e resistência física no momento preciso. A construção de sua lógica/estratégia, esse exercício mental tem que começar na faixa branca, e seu exercício continua mesmo quando conquistamos a faixa preta, cada qual assimilando dentro de suas capacidades e vivência no dojo.


Eu, quando estou treinando, na maioria das vezes, penso em encaixar determinados golpes ou partir de determinada posição difícil para eu reverter essa situação. Testar posições e estratégias com lutadores de diferentes pesos e biotipos, creio que é certamente um ganho no desenvolvimento da minha técnica e nos conceitos e na construção de uma estratégia para futuras lutas, além de melhorar a minha capacidade de ensinar.

Fonte: Tatame

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