quarta-feira, 31 de julho de 2019

Equipamentos Esportivos: Academia Arte Livre

Academia Arte Livre - Avenida Duque Norte, 156 - Jardim Elite - Pirassununga. https://www.facebook.com/AcademiaArteLivre/
Chegaram Produtos na Academia Arte Livre
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terça-feira, 30 de julho de 2019

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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Equipamentos Academia Arte Livre

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sexta-feira, 26 de julho de 2019

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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Modalidades da Academia Arte Livre

Conheça as modalidades da Academia Arte Livre: Jiu Jitsu, Muay Thai e Boxe - Avenida Duque Norte, 156 - Jardim Elite - Pirassununga. https://www.facebook.com/AcademiaArteLivre/

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: a importância da força feminina dentro dos tatames.

Por Luiz Dias

Nossa arte suave é um esporte de contato, muito contato corporal. Não tem outra definição para esse aspecto. Por isso, quando um lutador treina com uma lutadora, muito cuidado e respeito com elas. É certo que muitas lutadoras são extremamente fortes, mas normalmente os homens são mais fortes, mais pesados. Então, começam aí os cuidados. Atenção nas pegadas e ganchos. Respeito a essas lutadoras que somam à nossa arte suave para que o esporte siga em crescimento.

Até pouco tempo, era um esporte quase que exclusivamente masculino. Há pouco tempo que elas estão tendo mais visibilidade e reconhecimento de mídias, patrocínios e até das marcas, que já produzem quimonos, rashguards e acessórios focados no público feminino. Quimonos cor de rosa são um exemplo disso. Assim, sempre é bom termos no dojo lutadoras dividindo o treino conosco.

Há muito tempo, o UFC move multidões por conta de lutas entre as mulheres, e o Jiu-Jitsu já começa a ter suas referências femininas, que inspiram mais e mais mulheres aos tatames. Quando treinamos com uma lutadora, temos de levar em conta e equalizar nossa força. Lutar com atenção. Ainda é um esporte muito masculino, então ainda tem muito a ser trabalhado. Alguns lutadores não absorvem bem a derrota, imagina então ser finalizado por uma mulher? É difícil para muitos absorver isso.

Temos de treinar, mas sempre com cuidado. Não precisa impor o golpe no vigor físico. Use mais a técnica. Treine com mais estratégia e treine mais solto. Exigir nos treinos é importante para o desenvolvimento, independentemente se elas são competidoras ou não. Mas como professor, perceba se tem certas lutadoras que elas evitem treinar. Se não querem, respeitem, pelo menos é o que faço aqui na minha academia. É importante que elas se sintam à vontade e treinem felizes, porque assim se sentirão bem e provavelmente mais mulheres entrarão no dojo.

O mais difícil é ter um número inicial de lutadoras, depois, normalmente, outras surgirão, chamadas pelas amigas ou até mesmo uma futura lutadora procurando lugar para treinar. Se sentirá mais encorajada a treinar quando encontrar ali outras mulheres para treinar. A defesa pessoal para as mulheres é tão importante quanto para os homens, e é mais um ponto a ser muito trabalhado com elas, pois o assédio hoje em dia é grande em qualquer hora e lugar, em qualquer classe social.

Temos de incentivar as mulheres a treinarem, e o primeiro passo é fazer com que se sintam à vontade no dojo. Sem ter de ouvir coisas desnecessárias, piadas ou comentários grosseiros. Acredito que a força feminina nos tatames ainda tem muito a mostrar nos campeonatos e MMA, e acredito que cada vez mais teremos muitas das nossas guerreiras arrebentando no cenário mundial das lutas.

Fonte: Tatame

terça-feira, 23 de julho de 2019

Coluna Treino Certo: os tipos de preparação física e suas especificidades; confira o artigo

Por: Ítallo Vilardo 

Quando falamos de preparação física, pensamos sempre em treinamentos físicos e exercícios, mas ela é muito mais que isso, é composta por outros fatores e vai além de deixar o atleta treinado (ou infelizmente, em alguns casos, deixar cansado).

A preparação física se divide em quatro fatores básicos:

– Treinamento físico.
– Preparação técnica.
– Preparação tática.
– Preparação psicológica.

Vou falar um pouco sobre cada uma delas, mostrando seus objetivos e competências. O treinamento físico tem como objetivo melhorar as características físicas, tais como força, resistência e potência. Fica a cargo única e exclusivamente do preparador físico (profissional de educação física) e trabalha de acordo com o planejamento geral do atleta.

Em seu novo artigo, Ítallo Vilardo fala sobre os tipos de preparação física (Foto TATAME)
Em seu novo artigo, Ítallo Vilardo fala sobre os tipos de preparação física nas lutas (Foto TATAME)
Preparação Técnica é composta pelos fatores técnicos da própria modalidade e tem como objetivo melhorar e refinar a qualidade técnica. Ela tem como responsável o professor da modalidade em si. Pode ser trabalhada dentro do treino físico, no sentido de melhorar um desempenho muscular, a fim de melhorar um movimento, por exemplo: melhorar a força do quadril para melhorar as defesas de queda. Ela deve ser feita, de preferência, fora do período competitivo. Deve-se aproveitar o período sem competição para evoluir nessa parte, principalmente no MMA.

Preparação Tática é composta pelo estudo das regras e scouts da competição e adversário. Estudar o modelo competitivo é fundamental para obter êxito. Saber qual o tempo de duração da luta, tempo de intervalo entre elas, provável número de lutas, estudo dos adversários, técnicas preferidas e movimentações. Trabalho de estratégia de competição e estratégia de lutas… Diversos fatores que influenciam diretamente no resultado, pois daí criamos os scouts de treinos e passamos a trabalhar de acordo com eles. A reunião dessas informações, análises e tabulações, ficam a cargo do preparador físico e são repassadas aos treinadores de cada modalidade e ao Head Coach da equipe. Os treinos passam a ser baseados nesses scouts. Vale lembrar que o grande técnico Bernardinho revolucionou o Vôlei usando esse tipo de trabalho. O Judô também trabalha muito com os scouts dos adversários e destina uma equipe somente para análise de filmagens e estudo de competições.

Preparação psicológica: o treino sempre funciona como fator motivante, e serve para o atleta acreditar nele mesmo, mas em níveis mais avançados (nível mais profissional), ela deve ser feita por um profissional capacitado, um psicólogo especializado em esportes faz toda a diferença. Reúna o máximo de informações que conseguir, controle o máximo possível os fatores internos, planeje ao máximo, para não planejar falhar! O esporte de alto rendimento exige cada vez mais de profissionais capacitados, treinos mais específicos e mais direcionados.

Fonte: Tatame

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: os pensamentos e ações de um lutador durante o treinamento; confira

Quando for a hora de treinar, coloque sua mente no seu treino, treine de mente em alerta. Deixe seus problemas no lado de fora do dojo. Treine vivendo o momento presente. Naquele momento, o que interessa é o treino. Treine com atenção e preserve a sua integridade física e do seu parceiro.

Todos nós precisamos de parceiros para treinar. Então, se quer evoluir no Jiu-Jitsu, faça o que parece o óbvio, mas muitas vezes não é o óbvio para alguns lutadores. Lesionar seu amigo não lhe trará graduações, medalhas ou respeito. O que trará a sua imagem é a de um lutador truculento. É claro que lesões acontecem a todo treino. Você resistiu ao máximo, tentou sair, mas não conseguiu, mesmo chegando ao ponto de sacrificar ligamentos. Mas também sabemos que muitos lutadores ainda guardam para si o conceito de que treinar “duro” é causar lesões no próximo. Você, em muitas posições, pode ir ajustando, tem o controle da posição e do que está fazendo.

Já não é a primeira vez que escrevo sobre isso, mas creio que todos, ao lerem este artigo, já vivenciaram esse fato ou conhecem alguém da academia que acaba em um tempo tendo até dificuldades para encontrar um treino. Na hora da luta, a meta é a finalização, lutar para finalizar, mas às vezes, a vitória não nos sorri. Então, nos agarramos nos pensamentos “não vou bater” ou “dá para segurar mais um pouco”, e assim, numa luta, surgem as lesões e até mesmo fraturas.

Luiz Dias falou sobre a postura do atleta em um treinamento (Foto: Ilan Pellenberg)
Luiz Dias falou em artigo sobre a postura do atleta em um treinamento (Foto Ilan Pellenberg)
Esse é um assunto polêmico, ninguém gosta de perder. Quanto menos lesões você tiver, mais tempo estará no dojo treinando, corrigindo seus pontos fracos e melhorando seu condicionamento e habilidades para futuras lutas de campeonatos ou treinos em que você não quer perder de jeito nenhum. Cada luta envolve diferentes aspectos que devem ser considerados por você para bater ou não. É uma luta decisiva ou um simples treino? É uma final de campeonato ou uma luta interna em sua academia? É só você que deve decidir por uma questão pessoal se bate ou não.

Acredito que a decisão mais inteligente, na medida em que você percebeu que não tem como se defender ou evitar mais aquela situação de ataque, você deve “bater”, evitando uma lesão ou algo pior. Volte para sua academia e treine cada vez mais para estar melhor em uma nova luta com quem te venceu, e se você se encontrar nessa mesma situação, não perca de novo. Quantos atletas, ao “não baterem”, ficam meses fora dos tatames, em fisioterapias e até mesmo na mesa de operações?

Podemos ver em grandes eventos, como no UFC, excelentes lutadores desistirem da luta visando proteger sua integridade física e por serem inteligentes o suficiente para verem que daquela posição, o mais provável será ganhar uma fratura ou lesão no seu corpo. Nenhum lutador gosta de ser finalizado. Voltar para casa com a derrota tem sempre um sabor amargo, mas faz parte.

As imagens da luta perdida passam e repassam em nossa mente e nós devemos tomar de lição, corrigir as falhas para evitarmos errar de novo. Mas também acredito ser melhor voltar para casa, infelizmente, com uma derrota que você pode correr atrás no próximo campeonato ou treino, do que voltar de uma consulta a um ortopedista com a sensação de ter que esperar uma eternidade para voltar a treinar. A garra de ganhar uma luta tem que caminhar com a inteligência do lutador que, antes de tudo, preserva a sua integridade física e a do seu oponente.

Fonte: TATAME

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: a amizade entre professores e seu benefício para o Jiu-Jitsu; saiba mais

Por Luiz Dias

Nessa semana, recebi a visita do meu amigo de tatame e de surf, o professor José Roberto, da Rio Jiu-Jitsu Old School, no meu dojo. Sempre recebo essas visitas com prazer, porque, além de ser meu amigo, ele mostra posições com movimentos diferentes, às vezes uma pegada ou um posicionamento que pode potencializar posições, raspagens e finalizações.

Essas visitas, trocas de informações, são muito produtivas, reforçam laços de amizades e desenvolvimentos técnicos. Os conceitos básicos também são debatidos, e creio que assim todos ganham. Acredito que, quanto mais soubermos de técnicas, melhor para fazermos nossas próprias escolhas e desenvolvimentos. Você não pode nem utilizar certas técnicas em sua rotina, mas é bom saber que existem, e o que fazer caso usem contra você.
Quanto a ser fácil de executar ou não… Posição boa ou ruim? Para quem? Usar quando? Cada lutador deverá perceber. Estudar o Jiu-Jitsu de mente aberta é fundamental. Estudar a dinâmica dos movimentos, a colocação das pegadas, alavancas, é muito importante. Só a força física não resolve. Então, é muito bom perceber ali, no dojo, os lutadores de diferentes níveis técnicos, todos atentos, estudando e pensando sobre as posições apresentadas pelo meu amigo. Essa união entre as academias, a amizade entre professores e alunos devem ser cada vez mais estimuladas. Uma tarde que foi boa para todos.

As rivalidades devem ficar nas áreas de lutas dos campeonatos. Nessa tarde, tinham três professores no dojo, sendo o outro amigo o professor Luiz Pedro, da equipe Gavazza. Todos ali conversavam e trocavam ideias. É importante ter sempre a mente aberta para aprender. O aprendizado é contínuo e beneficia tanto aquele que demonstra como aquele que aprende, até porque, ao demonstrar, você pensa no golpe, reflete sobre ele e muitos desses momentos em que se demonstram golpes, surgem outras variações do mesmo.

Todo lutador deveria, obrigatoriamente, estar buscando sempre novas posições e movimentos, porque o Jiu-Jitsu tem que estar pleno na mente para poder ser expresso no corpo pelos movimentos e finalizações. Como professor, gosto que meus amigos professores, ao virem na minha academia, demonstrem posições, porque muitas vezes eu também aprendo e revejo no que posso melhorar nas minhas técnicas, para as minhas lutas e para ensinar de maneira melhor. O aprendizado é constante, com certeza.

Fonte: Tatame

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Coluna da Team Nogueira: como superar as adversidade quando elas se apresentam para você; confira

Olá amigos, aqui é o Rogério Minotouro, e hoje eu vim aqui para falar sobre os reveses da vida. O que fazer quando uma adversidade se apresentar para você? Afinal de contas, como agir diante das dificuldades impostas pela vida no nosso dia a dia?
Eu estive pensando nestes dias que tudo parte da motivação. Todo objetivo que nós temos só será concluído se estivermos fortemente motivados. Eu sou um cara que estou há muito tempo no esporte e sei bem que as dificuldades se apresentam por muitas vezes, como por exemplo lesões que nos impedem de lutar, derrotas, falta de dinheiro no início da carreira, etc. Logo, se não tivermos a cabeça boa para passar por tudo isso, ficamos para trás.
Mas, como eu disse antes, nós temos que ter um objetivo. Os meus são a minha família, os nossos mais de 10 mil alunos das academias Team Nogueira, bem como as crianças dos projetos do Instituto Irmãos Nogueira. Então, sempre que ocorre uma adversidade, eu busco neles uma nova motivação. Além disso, é muito importante ser positivo e afastar todos os pensamentos negativos que, por ventura, possam te colocar para baixo.


Eu acho muito mais interessante você ser grato pelas coisas que você já conquistou até o momento e parar de reclamar um pouco, mesmo quando o problema for grande. Acredito fortemente que trabalhar o aprendizado disso e conseguir novas oportunidades é mais válido do que ficar chateado o tempo inteiro. Tem uma frase que complementa muito bem este artigo: “É preciso encontrar o conforto no meio do desconforto”, e eu acredito nisso.
O problema parece muito maior quando você fica se lamentando ou fica desesperado achando que está tudo errado. Gratidão vai te gerar mais resiliência às adversidades. Mudar o seu pensamento de ficar reclamando e agradecer por ter a oportunidade de estar fazendo o que realmente gosta e ocupar a mente com coisas boas e positivas é a chave.
Ou seja, até mesmo nas dificuldades nós temos oportunidades, basta saber enxergar com perseverança, calma e a com a cabeça tranquila. A minha família sempre vai ser o meu motivador, a Valentina, o Roger, minha mulher, minha mãe, meu pai e os meus irmãos sempre serão o meu porto seguro, de onde eu vou encontrar as forças de que preciso para continuar a minha caminhada. E você, o que está fazendo para superar suas adversidades?
Fonte: Tatame

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Coluna da Team Nogueira: o que é a disciplina para você? Minotouro fala sobre o importante tema

Disciplina tem a ver com clareza do que você quer alcançar, mas a falta de clareza nos objetivos te traz disciplina para lado o negativo. Você tem que ter uma meta e ter disciplina para alcançá-la porque, do contrário, não vai chegar a lugar algum. Dito isso, é importante ter um comprometimento consigo para alcançar os seus objetivos, porém, por muitas vezes, chegamos a estabelecer um compromisso com alguém da família, amigos ou mestre para nos fortalecermos, e isso é realmente muito bom. Mas o que importa mesmo é que você precisa saber que todo mundo tem disciplina, mesmo que em graus diferentes.

Pessoas que todos os dias bebem água, comem saudavelmente, não ingerem drogas e tem um sono adequado, desenvolvem disciplina para ficar saudável. Contudo, tem gente que faz o oposto, bebe álcool todo dia, usa drogas, come coisas ruins para o seu corpo… Isso também é disciplina mesmo que avessa: disciplina para perder a sua saúde e adoecer.

Quando eu fui parar para pensar no artigo desta semana, percebi que estamos chegando ao final do ano e temos tantos planos e metas para começar 2018 que se não tivermos uma disciplina positiva sobre este aspecto, mais um ano vai se passar e você vai ter aquela sensação de que poderia ter feito mais, mas não conseguiu por não ter focado o suficiente.

Tem gente que tem a meta de ganhar aquele campeonato, disputar uma maratona, ser promovido no emprego, passar naquele concurso ou começar um programa de exercícios para chegar ao corpo ideal, entre tantas outras… Para tudo isso é preciso ter disciplina.

Tem pessoas que desenvolvem disciplina para treinar todos os dias com intensidade. Outras desenvolvem a disciplina para treinar pouco e faltar os treinos. Qual destas pessoas você acha que vai ter o resultado mais rapidamente na sua prática escolhida?

Tem pessoas que desenvolvem a disciplina de estudar todos os dias, fazer cursos e adquirir novos conhecimentos, e outras pessoas desenvolvem a disciplina de não ler. Qual pessoa você acha que tem mais chances de adquirir conhecimentos e ser bem-sucedida?

O que eu quero dizer é que todo mundo tem disciplina, mas tudo depende da forma como você a aplica na sua vida! Não é sorte que alguém conseguiu alcançar suas metas e muita gente acha que é sorte ou é por esse ou aquele fator, mas a verdade é que mais vale aquilo o que você faz quando está sozinho em busca deste sucesso do que o que as pessoas vão dizer sobre você quando alcançar o sucesso. Essa é uma caminhada sua.

Na hora de abraçar o foco com garra, ter determinação, consistência, ter clareza no que quer, você estará sozinho e se for consciente, vai conseguir. E no final das contas, quando você for refletir sobre o que as pessoas dizem, não vai fazer diferença porque a sua consciência estará tranquila e sabe bem qual foi a sua trajetória até aqui.

Uma dica para ter uma boa disciplina é ter clareza no que você quer, escrever as suas metas no papel e fazer um planejamento. E saiba: não tente fazer tudo de vez. Comece devagar, seja específico nas suas tarefas. Saber dizer “não” para algo que possa te distrair da sua meta talvez seja uma tarefa de disciplina difícil, mas é extremamente importante. Então, ao chegar no final do ano, você vai perceber que conseguiu tudo o que gostaria.

Pequenas melhorias por dia levam a excelência, pois é como uma árvore que cresce aos poucos. E lembre-se: tente não deixar para cumprir as suas metas do dia à noite como a última coisa do dia para não correr risco de gerar procrastinação e ser uma disciplina ruim.

Fonte: Tatame

terça-feira, 16 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: as verdadeiras lições que precisam ser tiradas após uma derrota; confira

Por Luiz Dias

Recebi um telefonema de um amigo, dizendo que tinha perdido uma luta. Julgava-se prejudicado pela arbitragem em determinado campeonato, culpava o árbitro pela sua derrota. Ele não admitia ter perdido. Enfim, tirando algum possível erro de arbitragem (errar é humano, árbitros podem errar também, sem segundas intenções, e não necessariamente estarem prejudicando alguém intencionalmente), todos os atletas, ao entrarem numa competição, sabem a regra principal: na luta, um irá ganhar e o outro perder. Parece claro, mas muitos se esquecem disso.

Também é óbvio que todos entram para ganhar, mas às vezes perdem. Num campeonato, só pode ter um campeão por categoria, e muitas vezes, na derrota, podemos tirar lições importantes para garantir futuras vitórias. Descobrir onde errou na luta. Não teve estratégia? Cansou? Suas técnicas em determinadas situações na luta não foram eficientes? Nervosismo? E o que muitos lutadores nem pensam, mas infelizmente pode acontecer, e se o outro atleta foi melhor em algum fator ou em vários fatores?

A vitória sempre é o máximo na vida do lutador. Não interessa se é num campeonato ou num treino dentro de sua academia. Qual lutador não tem em sua memória lutas que ele não esquece? Ou até alguma que perdeu por pontos, mas não foi finalizado? Só isso, ao seu entendimento, para ele é uma vitória, já que ele reconhece a superioridade do seu oponente. Ganhar sempre é bom. Voltar para casa sabendo que derrotou um atleta que você sabe que possui superioridade física, técnica ou ambas as qualidades, essa sensação de vitória tira até o sono. A vitória por pontos ou por finalização sempre é um estímulo para cada vez treinarmos mais. Mas a vitória não pode trazer consigo a arrogância e nem a falta de humildade. A vitória deve ser o motivo para você ir aperfeiçoando seu Jiu-Jitsu e cada vez torná-lo mais eficiente.

Uma derrota pode apontar a sua parte fraca e, a partir do reconhecimento do seu ponto fraco, você pode trabalhar e melhorar até mesmo ao ponto de tornar a sua qualidade mais forte. Perder é ruim, mas não saber por qual motivo perdeu é pior ainda! Depois que a adrenalina sair do sangue, mentalmente, tente relembrar a luta inteira ou veja a luta se alguém filmou. Observe seus movimentos e o do seu adversário. Os movimentos certos devem ser estimulados e desenvolvidos, e os errados devem ser corrigidos, estudados, para não se repetirem, e os movimentos “não feitos” devem ser muito estudados porque esses momentos são que muitas vezes permitem a vitória do oponente.

Acredito que, se o lutador pensar corretamente, ele nunca verá uma derrota como uma perda total, ou um episódio que deve ser esquecido rapidamente, ele sempre conseguirá tirar lições para lutas futuras e certamente será recompensado com vitórias. A vitória sempre está no objetivo de todo lutador em qualquer luta, mas temos que saber merecê-la.

Fonte: Tatame

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: a força cada vez maior das mulheres dentro do Jiu-Jitsu.

Por Luiz Dias

Já tem um tempo que as mulheres mostram sua força nos tatames, campeonatos e MMA, e sempre vejo com satisfação essa presença cada vez maior das mulheres nos tatames. Treinando forte, professoras dedicadas, lutadoras competitivas e com muita técnica na nossa arte suave. A garra com que lutam e a vontade de aprender novas técnicas inspiram.

Progredir no Jiu-Jitsu sempre inspira a puxar uma aula cada vez melhor e, com esse aumento do número de praticantes mulheres na arte suave, até o mercado está se adaptando às exigências das lutadoras. Quimonos com uma diferenciação também nas lycras, são um exemplo. Creio que todos ganham, a aula fica mais leve, mas em nenhum momento o treino perde sua excelência na técnica. Cabe a nós, homens, quando formos treinar com elas, termos cuidados nas pegadas, equalizar nossa força a delas e respeitá-las, acima de tudo, como devemos respeitar a todos nos tatames, sem diferenciação.

Vejo nelas, muitas vezes, a vontade de ganhar mais latente do que em muitos lutadores. A suavidade delas não abranda sua força e vontade de lutar para finalizar. Essa ideia que o Jiu-Jitsu tira a feminilidade das mulheres acho completamente equivocada. Nos tatames, sempre arranjam um tempinho para “ajeitar o cabelo”, dar uma blitz nas unhas. Mas quando escutam a palavra “combate”, ali estão as ninjas, mirando seu braço, pescoço, etc.

Temos, como professores e praticantes, sempre que incentivar e ajudar a todas as mulheres que pisam nos tatames em busca de treinos. Vamos equalizar nossas forças com a delas, soltar o treino, treinar com elas, que geralmente tem uma maior elasticidade e sempre são excelentes treinos. Não vejo vantagem, nem acho certo, usar uma força desmedida com uma lutadora. Vamos treinar com atenção, se a finalização imposta por ela encaixar e você não consegue sair, bata sem problemas. Já vi lutadores ficarem incomodados por serem finalizados por lutadoras. Creio que o que finaliza é a técnica utilizada corretamente e não devemos colocar a questão se foi um homem ou uma mulher.

Infelizmente, já presenciei lutador ficar alterado por ser finalizado por uma lutadora. Eu não gosto de ser finalizado, seja por lutador ou por uma lutadora, e creio que ninguém goste. Mas a partir desse ponto, ser grosseiro com uma lutadora é indesculpável. O erro ou a falha foi do lutador e não dela, pelo contrário. Vejo sempre com satisfação as minhas atletas das faixas branca a preta treinando forte, arriscando e se expondo em movimentos nas lutas. Ao serem finalizadas, voltam com mais foco ainda. Vamos sempre incentivar essas guerreiras. Que a presença das mulheres nos tatames seja algo cada vez maior.

Fonte: TATAME

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Coluna Treinamento Desportivo: confira os benefícios do consumo de fibras para a saúde

O que é Fibra?

As Fibras, carboidratos que não são digeridos pelo corpo (celulose, goma de guar, pectina, psyllium), estão disponíveis em legumes, cereais integrais (grãos e gramíneas que carregam sementes; contendo endosperma, germe e farelo), frutas, vegetais e sementes [2].

Os carboidratos complexos são carboidratos de alta qualidade e as melhores fontes de fibra. É importante quando se considera a nutrição esportiva, já que o consumo de carboidratos desempenha uma parte importante da energia de um atleta. As fontes pobres de carboidratos, como alimentos processados, resultarão em pouca ingestão de fibras, vitaminas e minerais, e a falta de energia para um rendimento esportivo ótimo. Portanto, a ingestão adequada de fibras é essencial para manter a boa saúde [2].

Benefícios

A ingestão de carboidratos ricos em fibras mostrou eficácia no auxílio da perda e manutenção de peso, e na redução do risco de obesidade. Isso ocorre porque os alimentos ricos em fibras ajudam a saciar mais do que aqueles alimentos processados [1]. Evidências também mostraram que a ingestão adequada de fibras ajuda a reduzir o risco de algumas doenças, incluindo: doenças cardíacas, diabetes tipo II, câncer de cólon, doenças gastrointestinais, assim como ajuda a prevenção de hemorroidas e constipação [3]. É importante escolher as melhores fontes de carboidratos para obter energia e saúde.

Recomendação diária

As recomendações para o consumo de fibras para a população geral são as mesmas que na população atlética; mulheres<50 anos 25g/dia, >50anos 21g/dia e homens<50anos 38g/dia, >50anos 30g/dia.

O que tem sido demonstrado através de estudos, é que em ambas as populações (geral e atletas), a fibra está sendo pouco consumida, com uma ingestão média de 15-19g/dia para homens e mulheres [2]. Este déficit pode ser corrigido trocando-se as fontes de carboidrato onde a fibra é processada (ex.: arroz branco, suco de maçã) para aqueles em que a fibra permanece intacta (ex.: arroz integral, maçã fresca).

Considerações

Existem algumas considerações sobre o alto consumo de fibras dentro de uma dieta. A condição mais comum é o aumento de gases intestinais e inchaço abdominal. É também importante hidratar-se adequadamente, pois uma dieta rica em fibras, com pouco consumo de água, pode levar à constipação. Em alguns indivíduos, muitas fibras podem causar a perda de alguns nutrientes, uma vez que as fibras se ligam a muitas vitaminas e minerais [3]. Uma vez que o consumo insuficiente de fibras é identificado, a melhor opção é aumentar progressivamente a quantidade de fibra, dia-a-dia, para dar tempo ao corpo de se ajustar. Os sintomas do consumo em excesso de fibras podem ser, geralmente, evitados com esta prática [3].

Observação

Recomendamos a ajuda de um nutricionista para desenvolver um programa alimentar e consumo adequado de fibra de maneira individualizada.

Fonte: Tatame

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Coluna Treino Certo: seu treino é eficiente ou eficaz? Confira o artigo e saiba diferenciá-lo

Por Ítallo Vilardo

Se você deseja cruzar o Brasil de carro, saindo do Rio de Janeiro até Manaus, e compra um carro velho, caindo aos pedaços, e com muito sacrifício, consegue sair do Rio e chegar até São Paulo, pode dizer que ele foi eficiente nesse trajeto, mas ele não será eficaz a ponto de te fazer completar a jornada.

Vejo muita gente dizendo que começou a fazer isso ou aquilo e melhorou o desempenho. Já é mais que sabido que a corrida não altera a performance para atletas de luta. Mas aí o atleta fala: “Mas eu comecei a correr três vezes na semana e meu treino melhorou, fiquei com mais gás”. Sim! A corrida te ajudou a perder aquele peso extra e, com isso, seu corpo respondeu um pouco melhor. Ela foi eficiente, pois você fez algo rápido que te deu um resultado naquele espaço curto de tempo. Mas ela não foi eficaz, porque, de fato, ela não fez você atingir o objetivo final, ela te fez algo momentâneo.

Para o seu treinamento ser realmente eficaz, ele depende de vários outros fatores, principalmente ser a longo prazo.

Normalmente, recebo atletas que desejam um desempenho melhor em uma competição em algumas semanas. Isso, infelizmente, é algo normal e se acha de forma errada que, dando aquele “gás” nas últimas semanas, vamos chegar bem. Afinal, o atleta é “guerreiro”… Não temos que ser guerreiros, temos que ser profissionais, mesmo que você lute por diversão. E para piorar, após aquela competição, o atleta abandona o treino físico, querendo voltar somente algumas semanas antes de uma outra competição. Esse tipo de amadorismo ainda é muito comum, e eu diria que a mentalidade é o que mais prejudica. Precisamos treinar o corpo, mas precisamos treinar a mente e mudar os hábitos.

E mesmo que o atleta aceite treinar sabendo que naquele tempo não tem como fazer o milagre que ele acredita, ele, em algumas semanas, já diz que está se sentindo bem, pois o treino está sendo eficiente, mesmo naquele curto espaço de tempo, mas ainda falta muito para ser realmente eficaz. Ele precisa de tempo para ser eficaz.

Organizar o calendário competitivo é de fundamental importância para a eficácia do treinamento como um todo. O pico de rendimento de um atleta pode variar de duas até, no máximo (com muito cuidado), três vezes no ano, mais que isso, não. O calendário quem faz é o atleta, e você não deve cair nas armadilhas dos eventos. Lutar todos os meses não é benéfico, mesmo que você encare as competições como testes e não altere seu treinamento para elas. Sempre recomendo para meus clientes que tenham como competições alvos duas por ano, competições teste de 4 a 6 no ano, resultando no máximo 8 em um ano (minha recomendação mesmo seriam de 4 a 6 no total, mas sei que, por contrato, às vezes o atleta tem que fazer mais). O problema é o atleta entender que as 4 competições que ele quer disputar em dois meses não vão gerar benefício nenhum e mesmo que ele tenha um desempenho eficiente em uma ou duas, ele está longe de ser eficaz e está indo no caminho inverso ao rendimento.

Não se baseie por resultados em competições menores, nem pelo número alto de competições que você disputou. Se baseie pelo rendimento geral que você vem tendo a longo prazo. Organize seus treinos, organize seu calendário e treine dentro da sua especificidade. Você deve sair se sentindo bem da sua sessão de treinos e não sair exausto. Pense em ser eficaz, não se deixe levar por compromissos e resultados imediatos. Lembre-se: para quem nunca fez nada, qualquer coisa é muito bom, mas não é por aí. Vamos deixar o amadorismo de lado.

Fonte: Tatame

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: tenha foco em cada combate e nunca subestime os seus adversários.

Por Luiz Dias

Um conceito ou regra, não importa como classificar, mas sempre tenho para mim como ponto de partida ao dar um treino: nunca subestime seu adversário. Não importa qual a sua faixa, biotipo e até mesmo condicionamento físico. Se está ali de quimono para treinar, pisou no dojo, então é um parceiro de luta que tem de ser respeitado. Se está sem treino, fora de forma, não importa. Ele, até por saber de suas próprias condições, fazer um só ataque e encaixar uma finalização que seu adversário não espera e, assim, finalizar a luta.

Em um dos últimos treinos na minha academia, dois alunos meus foram treinar e o mais graduado tomou uma finalização que percebi que ele não esperava. E ter que dar os tapas mexeu com ele. Sentou ao meu lado e reconheceu seu erro. Subestimou seu oponente, e se lembrou, após bater, o que sempre digo. “Nunca subestime seu adversário”. 

Já lutei com amigos que percebiam que se sentiam com a supremacia da luta e, ao serem finalizados, ficarem surpresos. Não importa, eu penso assim. Se é um treino livre ou uma luta de campeonato, não me importa o histórico de lutas entre você e o seu oponente. Lute com seriedade, seu oponente pode e certamente estará sempre com a mente focada em te vencer. Pode ter treinado mais ainda, colocado em sua rotina mais e diferentes posições, um condicionamento físico mais apurado. Não tenha o seu histórico de luta com ele como a certeza do próximo confronto. Tenha seu histórico como um estímulo para te manter à frente, como um motivacional para cada vez você treinar mais e mais, e vencer.

Um general romano, em outras palavras, disse: “A vitória favorece quem mais se esforça por ela”. Não acredito em sorte, acredito em treinar muito, em se esforçar, se dedicar aos seus objetivos dentro e fora dos tatames. Enquanto você se achar melhor e não treinar para se manter em forma e evoluir no seu Jiu-Jitsu, vários lutadores estão nos tatames ralando para melhorar, buscando a vitória em suas lutas, e dependendo de cada situação ou foco, você mesmo pode ser o foco imediato dele. Talvez ele treine pensando: “Vou finalizar ele”, e esse foco pode ser uma meta saudável, nada contra pessoalmente, mas você pode representar o patamar ou o nível que ele deseja de imediato.

Ou seja, não descanse em vitórias passadas, mesmo que o retrospecto em confrontos e em campeonatos possa estar a seu favor. Respeite seu oponente, ele está ali para vencer também. Nos treinos livres, pense a mesma coisa. Perder, ninguém gosta, eu não gosto, nem nunca gostei. Mas perder sabendo que não treinou o suficiente, quando poderia ter treinado, no treino livre não lutou, achando que poderia finalizar quando quisesse, ou perdeu por não lutar focado, acredito que é a pior das derrotas. Então, mantenha o foco.

Fonte: Tatame

terça-feira, 9 de julho de 2019

Artigo: aprenda a importância do impacto emocional nas lesões desportivas.

* As lesões desportivas são um problema constante, com o qual os atletas se deparam todos os dias. Lesionar-se é comum e inerente ao esporte competitivo. É quase impossível um atleta passar ileso em sua carreira esportiva sem ao menos se lesionar uma única vez.

Fatores físicos, como desequilíbrios musculares, colisões, treinamento excessivo e fadiga são as principais causas de lesões nos esportes, ou seja, são as causas primárias de lesões esportivas. Mas os fatores psicológicos também estão presentes nas causas das lesões, sendo estes bastante relevantes, nomeadamente o estresse. O estresse, que pode ser provocado por diversos fatores, tais como: mudança de vida importante, perda de ente querido, mudança para outra cidade, casamento, separação ou alterações financeira, bem como, “estressores” menores e aborrecimentos cotidianos, também podem contribuir para elevar o nervosismo, deixando o atleta mais fragilizado e suscetível à contusões graves.

As consequências negativas das lesões ultrapassam a saúde física dos indivíduos, afetando o seu bem-estar psicológico e podendo comprometer o equilíbrio e a saúde mental. Sintomas psicológicos resultantes de uma lesão, tais como, medos, desespero, ansiedade, depressão, frustração, impaciência e a não adesão ao plano de tratamento caracterizam esse comprometimento. Algumas reações psicológicas mais graves podem ter um impacto mais sério na vida do atleta que as próprias limitações físicas da lesão, por exemplo.

No processo de recuperação e acompanhamento do atleta lesionado, é fundamental o papel da equipe multi e interdisciplinar que deverá trabalhar de forma integrada. Nesse momento delicado da carreira do atleta, é importante que o coach esportivo esteja presente para acompanhar todo o processo de recuperação, desenvolver a motivação, fortalecer a autoestima, estabelecer metas de curto e médio prazo, controlar a ansiedade do atleta, propondo técnicas de relaxamento, visualização mental e de concentração, fortalecendo a segurança e ajudando o sujeito a se manter no foco e no que mais importa neste momento, a sua total recuperação, para que possa voltar aos treinamentos e competições assim que possível. Entretanto, em casos mais complexos, o coach esportivo deverá encaminhar o atleta para o psicólogo esportivo e até mesmo para psiquiatras do esporte, que serão responsáveis pelo acompanhamento e saúde mental do mesmo.

No momento, estou acompanhando dois atletas que se encontram lesionados. Guilherme Chapolin, lutador profissional de MMA da equipe Careca MMA Team (CMT), que apresenta uma lesão na lombar e está parado há aproximadamente dois anos. Guilherme relata que antes do Coaching Esportivo estava desanimado, perdido e pensando em desistir da carreira, mas com as sessões de coaching, voltou a ter confiança no processo de recuperação, estabeleceu metas de curto, médio e longo prazo e vem cumprindo todas de maneira disciplinada. Além disso, Guilherme apresentava um alto grau de ansiedade e, com o nosso trabalho, passou a ter mais autocontrole sobre suas emoções e aprendeu técnicas para diminuir seu nível de ansiedade e estresse, diminuindo, assim, as suas dores.

O outro atleta é André Borges, também lutador de MMA profissional da equipe CMT, que está com uma lesão no joelho há aproximadamente um mês, que o está impedindo temporariamente de entrar no octógono e fazer o que mais ama na vida. Entretanto, por ser uma lesão menos grave, ele está conseguindo se manter ativo, porém, treinando com menor intensidade. André relata como benefícios do trabalho de Coaching Esportivo o fato de se manter 100% focado na sua recuperação, o controle da ansiedade, mantendo assim sua mente tranquila e mais confiante no seu processo de recuperação como um todo.

Já Gustavo Careca, treinador da equipe CMT, considera de fundamental importância o trabalho de Coaching Esportivo durante a recuperação dos atletas da equipe, pois acredita que a lesão afeta a parte física, mas também a parte emocional do atleta, e com sessões de coaching, sua equipe se mantém focada e mais autoconfiante em qualquer situação que possa ocorrer durante os treinos e competições. Além disso, Gustavo acredita que a equipe deve trabalhar de forma integrada e, em casos mais complexos, com outros profissionais.

Algumas questões são primordiais para uma melhor recuperação do atleta, tais como: explicar todos os fatores da lesão e a gravidade da mesma de maneira transparente e simples; explicar todo o processo de recuperação, evolução do quadro, previsões de melhoria, descriminar todo o trabalho que será realizado, demonstrar otimismo e confiança, sem nunca esconder a realidade da lesão, claro, mas incentivar o atleta a pensar positivamente e cumprir todo o programa de recuperação que for predeterminada.

Em resumo, atletas que se recuperam mais rapidamente são os que utilizam mais estratégias de estabelecimento de metas, diálogos internos (com eles mesmos) mais positivos, exercícios de visualização da cura e recuperação, exercícios de relaxamento e diminuição da ansiedade, disciplina nos programas de recuperação e tratamento, atitude mais positiva em relação a situação da lesão e a vida de forma geral; e aqueles que são movidos por metas e objetivos e que possuem determinação, dedicação e resiliência.

Aproveite para deixar sua mensagem dizendo o que achou do artigo ou sugerindo o próximo tema através do meu e-mail psiespinola@gmail.com, ou me mande um direct no meu Instagram (@renatacarvalho_ coach). Fiquem a vontade e até a próxima!

* Renata Carvalho é Psicóloga clínica, Coach Esportiva de alta performance, Consultora da Academia CT Brasil e da CMT

Fonte: Tatame

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: a importância das ‘combinações perfeitas’ de estratégia, técnica e força; confira

Por Luiz Dias

“Saber e agir são a única e a mesma coisa”, ditado antigo dos tempos dos samurais. Embora seja uma máxima samurai, muitos lutadores se esquecem desse conceito, focando apenas na força de seus músculos e na explosão dos seus movimentos. Nunca tirando o mérito dos lutadores mais leves, mas muitos lutadores não usam estratégias, não buscam novas posições, por vezes, confiam no seu vigor físico e creem que estão garantidos. Mas imagine se o seu adversário tiver o mesmo vigor físico, o mesmo peso, então essa vantagem some.

Certamente, a técnica será o diferencial. E certamente a técnica mais refinada neutralizará a força do oponente, dando a vitória ao atleta mais técnico. O Jiu-Jitsu mostra e demonstra isso nas lutas de MMA, nos campeonatos na categoria “absoluto”, onde o peso não é levado em conta, e nos treinos diários, muitas vezes em sua própria academia, você não finalizou ou viu lutadores mais leves finalizando lutadores mais pesados por conta de sua técnica mais refinada?

O dojô é um constante lugar de aprendizado. Por vezes, observando as lutas dos meus alunos, esse ditado se torna tão claro. O saber e o agir têm que caminhar juntos. Estudar posições, movimentos… Sempre estar atento aos fundamentos, buscar se lançar em desafios, não se acomodar em sua zona de conforto. O exercício mental é importante, force seus limites de resistência, desenvolva o equilíbrio entre o seu corpo e mente. Saber e agir são a única e a mesma coisa pelo fato de um complementar o outro.

Quanto mais você treinar, repetir os fundamentos, treinar defesa pessoal, mais confiança você terá no seu Jiu-Jitsu. A confiança no próprio agir vem do treino contínuo, persistente. Como pode agir sem cometer erros quando não se sabe o que fazer? No Jiu-Jitsu, como dizia o Mestre Carlos Gracie “… no Jiu-Jitsu, você vence ou você aprende”. Creio que quando você pensa nas suas próprias lutas, exatamente isso, o estudar de suas lutas, no movimento dos seus adversários, onde você viu uma brecha, um erro que ele comete. Quando você estuda dessa maneira em suas lutas, você está sempre aprendendo a polir seus movimentos e identificar os pontos vulneráveis dos seus adversários, identificando onde acertou e onde errou.

A evolução do Jiu-Jitsu não se dá somente nos tatames, não. Ocorre fora dele também. Em seus estudos e na sua mente. O analisar da técnica e estratégia utilizada em determinada luta. O que você viu que não funcionou, e o que quase deu certo, mas o que impediu o êxito do movimento. Temos de estar sempre evoluindo o nosso Jiu-Jitsu no corpo e na mente. Estarmos com a mente em alerta para, no momento que o nosso oponente se mostrar vulnerável, identificarmos e prontamente desferirmos uma finalização.

No livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu, tem um pequeno trecho que acho muito pertinente a esse assunto. De estarmos sempre preparados e pensando em nossos combates para estarmos melhor nos próximos. Diz o seguinte: “A invencibilidade depende de nós próprios: a vulnerabilidade do inimigo depende dele”.

Fonte: Tatame

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: faixa só serve para amarrar o quimono?


Por Luiz Dias

“Faixa só serve para amarrar o quimono”, frase escutada tão frequentemente, tão falada. Mas, sinceramente, não concordo. Não vejo assim. A função da faixa é amarrar o quimono, sim, mas na maneira de ser dita, como se a pessoa não se importasse com a sua própria graduação, eu não concordo e nem acredito. Acho que a faixa não é, e nem deve ser, o objetivo final, mas temos de ter orgulho de nossa graduação, e honrar os professores.

O Jiu-Jitsu é um grande caminho para desenvolvermos nossa autoestima, puxar nossos limites físicos e mentais. Sou grato ao Jiu-Jitsu por tudo que ele me trouxe na vida. Eu tenho muito orgulho da minha graduação. As graduações representam o tempo que treinamos e vivemos com o Jiu-Jitsu, todas as horas de treinos, esforço físico, escolhas na vida entre lazer e treinos, dores musculares e toda essa parte que quem treina, sabe. Não acredito que exista algum lutador que treine e que não deseje receber a faixa preta durante a sua vida como lutador. Fazendo uma analogia, é como se alguém entrasse na faculdade e depois de estudar durante anos, dizer: “Eu não faço questão do diploma”.

Há um ano, aproximadamente, eu tinha um aluno que dizia isso. E sinceramente me incomodava. Então, chamei ele para uma conversa e ele me confirmou, “professor, não me importo com a graduação”. Eu respondi que respeitava sua opinião, mas para demonstrar isso, seria legal ele deixar de usar a faixa marrom na cintura e usasse a branca nos treinos. Afinal, ele era um que sempre dizia “faixa só serve para amarrar o quimono”. Então, que colocasse em prática. É claro que ele nunca fez isso. Temos que ter respeito por todos em todas as faixas. O faixa-preta foi um faixa-branca que não desistiu. O respeito à nossa faixa é uma obrigação, ao meu ver, porque é uma extensão dos nossos professores. Faixa só serve para amarrar quimonos? Eu não acho e discordo desse tipo de pensamento.

Poder encontrar um GM, um faixa-vermelha, e aprender com ele, para mim, é muito importante. Por outro lado, não importa, ao meu ver, a cor da faixa no momento da luta, temos de lutar com todos com respeito, atenção e foco. Você pode ser um faixa-preta e, se não lutar atento, pode tomar um carro de um marrom, mas é assunto para outra conversa.

Vamos sempre respeitar as faixas de cada um, cada um tem a sua graduação. Não creio ser um bom conceito essa afirmativa. Quando se aproxima uma entrega de faixas, sempre não é um momento marcante? Quando você ainda não é um faixa-preta, poder lutar com um faixa-preta não é bom? Você ter uma aula com um faixa-vermelha não é uma honra? Para mim é, e sempre será. Nunca vi a faixa somente com função de amarrar o quimono.

Fonte: Tatame

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Coluna Treinamento Desportivo: hipertrofia – revisão sobre princípios para aumentar a massa muscular

Parte 1

Nessa sequência de artigos, convidamos Carlos Alves, Mestre em Desempenho Esportivo e Preparador físico do atleta do UFC Serginho Moraes, para escrever juntamente com nossos colunistas sobre um tema muito importante e sempre atual, que é a hipertrofia.

Dentro de qualquer modalidade profissional ou recreacional (amadora), melhorar as capacidades físicas, tais como a força, são imprescindíveis tanto para a melhora atlética quanto a saúde. Para desenvolver ou melhorar a força, treinamentos específicos em que se utilizem de sobrecarga máxima contra um implemento ou por meio de métodos que gerem a hipertrofia são utilizados. Entender os fatores que contribuem para o aumento da força máxima, tais como respostas neurológicas e adaptações estruturais de longo prazo, são primordiais. Contudo, é importante desmistificar que tamanho e massa corporal avantajada em alguns praticantes de academia que se utilizam de métodos de treinamento que gerem hipertrofia, não necessariamente, serão detentores de maior capacidade para produzir força máxima quando comparado a indivíduos que utilizem-se de respostas neurológicas.

Alguns pesquisadores da Inglaterra reportaram benefícios positivos entre tamanho dos músculos com altas taxas de produção de potência em indivíduos que utilizam treinamento com saltos sejam eles, horizontal ou vertical (Waldron M, Worsfold PR, Twist C and Lamb KL, 2014). De fato, isso sugere uma necessidade da construção de uma base “musculoesquelética” antes dos treinamentos neurais de força máxima. Desta forma, organizar e planejar a distribuição e direção do treinamento segundo o “Modelo de Periodização de Potenciação de Fase”, torna-se mais efetivo no que tange o aumento da força máxima, por exemplo (Howe L, Read P, Waldron M, 2017, p.72). 

Mas antes de falarmos sobre quais seriam as principais variáveis que interferem nas respostas hipertróficas do treinamento, primeiro, precisamos entender como a hipertrofia pode vir a surgir, e sobre isso, destacamos três mecanismos que são sugeridos na literatura como responsáveis: tensão mecânica, estresse metabólico e dano muscular.

Tensão mecânica é descrita como o estresse sofrido pelo músculo em decorrência de cargas externas com respostas sobre as estruturas do músculo esquelético, implicando na integridade das fibras musculares e conduzindo a modificações celulares via estimulação da via mTOR
O estresse metabólico local está relacionado ao acúmulo de subprodutos metabólicos, tais como lactato sanguíneo e íons hidrogênio, gerados por acumulo na glicólise rápida (também chamada de glicólise anaeróbica)
E por fim, o dano muscular, que são mensagens advindas de processos inflamatórios originados por exercícios ao qual após ajuste das cascatas de sinalização da síntese proteica, resultam em maiores diâmetros musculares

Obviamente que estas respostas são oriundas de modificações no ambiente intra e extracelular, que normalmente surgem do processo de estresse via treinamento. Tais alterações metabólicas possuem papel fundamental no potencial de influenciar o crescimento através de técnicas associadas a expansão da liberação específica de Miocinas (poderosa enzima de saúde), maior desenvolvimento de espécies reativas de oxigênio, edema celular e respostas hormonais agudas. Desta forma, nas próximas edições, vamos elucidar as principais variáveis para se alcançar hipertrofia muscular em adultos saudáveis.

Em suma, serão abordados:
Carlos Alves, MSc Desempenho Esportivo UFPR, Especialista em Treinamento de Força UFPR, Fisiologista do Exercício UFPR. Preparador Físico dos Atletas (UFC / Bellator) Serginho Moraes, Rafael Carvalho e Jenniffer Maia.

Fonte: Tatame

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: a importância da parte mental para aplicar seu Jiu-Jitsu.

Por Luiz Dias

Esses dias, no meu dojo após o treino, surgiu na conversa a questão: guarda aberta ou fechada, qual é a mais eficiente? Eu creio que ambas são muito eficientes, mas o principal não é decidir qual a melhor. Temos grandes lutadores que representam muito bem ambas as guardas. Creio que o mais importante é que sua guarda venha acompanhada de um raciocínio lógico e fundamentada em uma estratégia, com movimentos estudados de modo que esteja sempre “um passo à frente” do oponente.

A técnica refinada associada a uma maneira de pensar demonstra como o Jiu-Jitsu nasce na mente para depois refletir no corpo com movimentos. Estratégia é fundamental, e se você parar para pensar, revendo suas lutas, quantas vezes não percebeu que poderia ter feito uma  movimentação melhor para aquele momento ou um golpe mais apropriado?

Esse exercício mental te possibilitará perceber como a estratégia é importante para a sua rotina, tendo sempre um gasto mínimo de energia, visando futuras lutas numa sequência de campeonatos, por exemplo. À medida que você for melhorando suas técnicas e suas posições, seu Jiu-Jitsu irá potencializar suas pegadas e transições, deixando seu oponente muitas vezes sem opções de ataque ou defesa.

A finalização vem como consequência ou resultado de posições muito bem elaboradas e planejadas, com variantes para qualquer opção de movimentos dos oponentes. O raciocínio de progressão para conquista de uma posição confortável e inversamente para o oponente, mostrando um Jiu-Jitsu bem técnico, detalhista em sua dinâmica, explorando a anatomia dos corpos para a utilização de uma alavanca mais forte.

Eu sempre ressalto a importância do pensamento correto, estratégico, aliado, e claro, ao rendimento e uso da energia e resistência física no momento preciso. A construção de sua lógica/estratégia, esse exercício mental tem que começar na faixa branca, e seu exercício continua mesmo quando conquistamos a faixa preta, cada qual assimilando dentro de suas capacidades e vivência no dojo.


Eu, quando estou treinando, na maioria das vezes, penso em encaixar determinados golpes ou partir de determinada posição difícil para eu reverter essa situação. Testar posições e estratégias com lutadores de diferentes pesos e biotipos, creio que é certamente um ganho no desenvolvimento da minha técnica e nos conceitos e na construção de uma estratégia para futuras lutas, além de melhorar a minha capacidade de ensinar.

Fonte: Tatame

terça-feira, 2 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: praticar e repetir posições é essencial para evoluir no Jiu-Jitsu.

Em seu novo artigo, Luiz Dias fala sobre importância da prática e repetição (Foto Ilan Pellenberg)
Por Luiz Dias

Em uma aula minha, ao mostrar uma posição de raspagem, normalmente a repito em outras aulas durante a mesma semana para que todos vejam, aprendam e pratiquem, porque só repetindo a posição é que você vai se adaptando e ajustando essa posição. 

Quando pedi que fizessem a posição repetidas vezes, eu escutei um aluno falando para outro, num tom de desaprovação em ter de repetir. Infelizmente, muitos não entendem a importância de se fazer a posição muitas vezes até introjetar o movimento. E muitos não percebem que a prática da repetição leva a uma execução eficiente e um ganho de confiança para executá-la com perfeição no treino ou em uma luta de campeonato. 

Em um campeonato, recentemente, fiquei observando as lutas não só dos meus alunos, mas de maneira geral todas as lutas que aconteciam naquele momento, e era fácil notar a diferença de um competidor com confiança na posição que iria fazer e a rápida execução de sua rotina em relação a outros. Certamente, é o resultado de muito treino e repetição.

Repetir o golpe sistematicamente não significa que não sabe fazê-lo, muito menos uma “perda de tempo”, mas pelo contrário, são muito importantes essas repetições sistemáticas para adquirir velocidade e confiança no que executa. Muitos lutadores querem apenas lutar, lutar e lutar. Mas quando se fala em repetir os golpes ou movimentos específicos como parte do treinamento durante as aulas, muitos alunos não percebem a importância desta parte do “estudo” da arte marcial e reagem algumas vezes até com má vontade. 

Alguns chegam a “executar” a posição apenas de um lado, sempre deixando de fazer a posição no lado que não é tão hábil, e muitas vezes repetem uma ou duas vezes apenas, já crendo que é o suficiente. Quando percebo isso em minhas aulas, eu explico aos meus alunos a importância de repetir o movimento para a melhor percepção e performance do lutador. Como escreveu sabiamente Vegécio, escritor do Império romano do século IV d.C: “Em qualquer batalha, não costumam trazer a vitória o número de soldados e a coragem instintiva, mas sim a arte e o treinamento que eles têm. 

Muitos não percebem que através dessa importante etapa do treino, pode-se descobrir o seu melhor encaixe, outras variações do golpe e testar sua real eficiência, como também começar a diminuir a dificuldade que sente em determinado flanco do oponente. Esse é o momento de aperfeiçoar a posição, lapidar determinado movimento e executá-lo de uma maneira com tal de fluidez que o leva a um nível inconsciente para que, na hora do combate, o lutador execute o golpe sem pensar, o faz por puro instinto, naturalmente. 

Todos os golpes são bons ou pegam, mas o único caminho que leva a execução de qualquer golpe para um grau de eficiência, rapidez e qualidade técnica é a prática constante. Só com a prática constante é que o lutador aumenta seu arsenal de golpes e impõe a sua técnica num combate. Esse princípio é percebido quando um lutador é elogiado pela sua técnica ou criticado com frases do tipo: “ele só sabe dar aquele golpe”.

O lutador tem que estar com a mente alerta e segura, o seu saber e agir devem ser um pensamento único. A mente deve estar focada no momento presente da luta, alheio ao placar, ao público. Para concluir esse texto, repito as palavras do mestre Zen Daisetsu Suzuki, com a seguinte frase: “O conhecimento técnico não basta. É preciso transcender a técnica para que a arte se converta numa arte sem arte, brotando do inconsciente”.

Fonte: Tatame

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Artigo: a neurociência e os benefícios da prática do Jiu-Jitsu para o cérebro humano.

Por Mônica de Paula Silva

A capacidade que o cérebro humano tem de se adaptar à mudanças é extraordinária. Antes de começar a explicar os benefícios que este órgão humano recebe através das lutas marciais, vamos entender essas duas ciências: a neurociência é o estudo científico nervoso que permite entender como funciona o cérebro humano e a neuroplasticidade é a capacidade que o cérebro tem de se adaptar à mudanças. Todas as ciências humanas, sociais e da saúde que lidam com a natureza humana são afetadas, bem como todas as formas de treinamento. Por esse motivo, não podemos deixar de fora as artes marciais. Todas essas disciplinas terão de aceitar o fato de que o cérebro se transforma e que a arquitetura cerebral difere de uma pessoa para outra e se altera no decorrer da vida de cada indivíduo.

Sabe-se que são inúmeros os benefícios do Jiu-Jitsu para o desenvolvimento humano, porém, a contribuição da neurociência e da neuroplasticidade nos traz um novo olhar. Como o cérebro do lutador reage a esses treinos?  Ao praticar os exercícios relacionados à modalidade, o cérebro secreta neurotransmissores como a dopamina e a acetilcolina, que ajudam a consolidar as mudanças no mapa cerebral, (a dopamina reforça a recompensa e a acetilcolina ajuda o cérebro a sintonizar e aguçar a memória, (Doidge pag.85), que promovem a reparação celular do cérebro, melhorando a memória (hipocampo), aumentando a concentração e gerando neurônios fundamentais para o processo de aprendizagem.

Algumas das vantagens do Jiu-Jitsu são a atenção e os reflexos que são usados no momento do treino, como explica Merzenich (neurocientista) que prestar atenção é essencial para a mudança plástica de longo prazo e que essas mudanças são duradouras no cérebro humano e quando as atividades são realizadas automaticamente, sem prestar atenção, as mudanças não são duradouras. Por esse motivo, os estímulos que o Jiu-Jitsu nos oferece é de grande importância.



O cérebro do lutador tem um dos processamentos mais admiráveis, Segundo, Spiegelman, especialista em ciência dos exercícios, um dos benefícios do Jiu-Jitsu para a mente é que ele exige concentração e equilíbrio absoluto. O professor de Jiu-Jitsu Wilson Franck afirma que durante vinte anos de carreira, percebe-se calmo e atento em várias situações conflitantes em seu cotidiano e conclui que, depois de cada treino, se sente menos ansioso e mais apto a tomar decisões em situações estressantes, pois os desafios ao treinar Jiu-Jitsu resultam em melhorias na área cerebral (Pré – frontal), responsável pela tomada de decisões, melhorando a capacidade na realização de várias tarefas. Sendo assim, os ganhos nas áreas cerebrais são inúmeros.

Não podemos deixar de acrescentar a filosofia (espiritualidade) dos praticantes de Jiu-Jitsu, a tradição do Buda (Caminho das Artes Marciais), onde eles ouvem mensagens de cunho espiritual em seus meios, pois é inegável que as tradições espirituais sempre fizeram parte da cultura dos samurais, a máxima era: quanto mais Guerreiro, mais espiritualizado. E como o cérebro recebe esse estímulo? Inúmeras pesquisas mostram que budistas, por exemplo, tem a atividade dos lobos frontais aumentada. Essas áreas estão relacionadas com o aumento da atenção focada, habilidades de planejamento, capacidade de antecipar o futuro e a habilidade de construir argumentos complexos.

Cientistas que fizeram várias descobertas nas últimas décadas, mostrando que, a cada atividade realizada, o cérebro muda a própria estrutura. Além de melhorar a autoestima, nos mostra que ganhar uma luta muda a química do cérebro, tornando-o mais focado, mais inteligente, mais confiante e mais agressivo, no bom sentido. O efeito é tão forte quanto o de uma droga. A desvantagem é que a vitória pode se tornar fisicamente viciante, afirma Ian Robertson, mas isso é tema para um próximo artigo. 

Mônica de Paula Silva

Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga
Fonte: Tatame