quarta-feira, 10 de julho de 2019

Coluna da Arte Suave: tenha foco em cada combate e nunca subestime os seus adversários.

Por Luiz Dias

Um conceito ou regra, não importa como classificar, mas sempre tenho para mim como ponto de partida ao dar um treino: nunca subestime seu adversário. Não importa qual a sua faixa, biotipo e até mesmo condicionamento físico. Se está ali de quimono para treinar, pisou no dojo, então é um parceiro de luta que tem de ser respeitado. Se está sem treino, fora de forma, não importa. Ele, até por saber de suas próprias condições, fazer um só ataque e encaixar uma finalização que seu adversário não espera e, assim, finalizar a luta.

Em um dos últimos treinos na minha academia, dois alunos meus foram treinar e o mais graduado tomou uma finalização que percebi que ele não esperava. E ter que dar os tapas mexeu com ele. Sentou ao meu lado e reconheceu seu erro. Subestimou seu oponente, e se lembrou, após bater, o que sempre digo. “Nunca subestime seu adversário”. 

Já lutei com amigos que percebiam que se sentiam com a supremacia da luta e, ao serem finalizados, ficarem surpresos. Não importa, eu penso assim. Se é um treino livre ou uma luta de campeonato, não me importa o histórico de lutas entre você e o seu oponente. Lute com seriedade, seu oponente pode e certamente estará sempre com a mente focada em te vencer. Pode ter treinado mais ainda, colocado em sua rotina mais e diferentes posições, um condicionamento físico mais apurado. Não tenha o seu histórico de luta com ele como a certeza do próximo confronto. Tenha seu histórico como um estímulo para te manter à frente, como um motivacional para cada vez você treinar mais e mais, e vencer.

Um general romano, em outras palavras, disse: “A vitória favorece quem mais se esforça por ela”. Não acredito em sorte, acredito em treinar muito, em se esforçar, se dedicar aos seus objetivos dentro e fora dos tatames. Enquanto você se achar melhor e não treinar para se manter em forma e evoluir no seu Jiu-Jitsu, vários lutadores estão nos tatames ralando para melhorar, buscando a vitória em suas lutas, e dependendo de cada situação ou foco, você mesmo pode ser o foco imediato dele. Talvez ele treine pensando: “Vou finalizar ele”, e esse foco pode ser uma meta saudável, nada contra pessoalmente, mas você pode representar o patamar ou o nível que ele deseja de imediato.

Ou seja, não descanse em vitórias passadas, mesmo que o retrospecto em confrontos e em campeonatos possa estar a seu favor. Respeite seu oponente, ele está ali para vencer também. Nos treinos livres, pense a mesma coisa. Perder, ninguém gosta, eu não gosto, nem nunca gostei. Mas perder sabendo que não treinou o suficiente, quando poderia ter treinado, no treino livre não lutou, achando que poderia finalizar quando quisesse, ou perdeu por não lutar focado, acredito que é a pior das derrotas. Então, mantenha o foco.

Fonte: Tatame

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