segunda-feira, 19 de agosto de 2019

No UFC 240, Cris Cyborg enfrenta sina de grandes campeões após fim de longos reinados



Anderson Silva, Fedor Emelianenko, José Aldo, Renan Barão, Ronda Rousey. O que esses cinco têm em comum? Todos eles tiveram longas sequências invictas em que foram considerados os melhores do mundo e, após sofrerem a primeira derrota, quebraram o encanto e viveram fases ruins. É esta sina que Cris Cyborg tenta superar ao enfrentar a canadense Felicia Spencer no UFC 240, neste sábado, em Edmonton (CAN) - O Combate e o Combate Play transmitem ao vivo e com exclusividade a partir de 19h30 (horário de Brasília). O Combate.com transmite as duas primeiras lutas em vídeo ao vivo e acompanha o torneio em Tempo Real.

Leia também: Frankie Edgar tenta, contra Max Holloway, conquistar o título peso-pena pela terceira vez

Em dezembro passado, Cyborg sofreu sua primeira derrota em 13 anos ao ser nocauteada por Amanda Nunes. Neste sábado, ela entrará no cage sem ser considerada a melhor peso-pena do mundo pela primeira vez desde 2009, quando venceu Gina Carano pelo cinturão do Strikeforce. E a história mostra que esta não é uma situação confortável para lutadores dominantes como ela.

Após sete anos e cinco meses sem perder, Anderson Silva teve seu reinado no peso-médio do UFC derrubado por Chris Weidman em 2013 e nunca mais foi o mesmo: desde então, venceu apenas uma de seis lutas válidas. Fedor Emelianenko, por uma década o "Último Imperador" do Pride, foi finalizado por Fabricio Werdum em 2010 e perdeu outras duas na sequência. Após uma pausa na carreira, retornou melhor, mas longe de seus melhores momentos.

Renan Barão teve história semelhante à de Cyborg: perdeu na estreia e acumulou 32 vitórias seguidas em nove anos, até perder para TJ Dillashaw. Ele venceu sua luta seguinte, mas perdeu seis de sete combates desde então. José Aldo passou dez anos invicto e seis como campeão dos penas; após perder o título para Conor McGregor, venceu três e perdeu três. Ronda Rousey venceu suas 12 primeiras lutas, mas perdeu para Holly Holm após cinco anos, foi atropelada por Amanda Nunes e se aposentou do MMA.


A sina dos lutadores dominantes

Anos invicto Sequência invicta 1ª luta pós-derrota Cartel pós-derrota
Anderson Silva 7 17 vitórias Derrota para Weidman 1v-6d (1 NC)
Fedor Emelianenko 10 28 vitórias e 1 No Contest Derrota para Pezão 7v-4d
José Aldo 10 18 vitórias Vitória sobre Edgar 3v-3d
Renan Barão 9 32 vitórias e 1 No Contest Vitória sobre Gagnon 2v-6d
Ronda Rousey 5 12 vitórias Derrota para Nunes 0v-1d (se aposentou)
A lutadora brasileira, que venceu 20 lutas entre a primeira e a segunda derrotas, não se mostra preocupada com a sina. Ela prefere confiar em sua experiência pessoal e em sua fé para dar a volta por cima.

- Se aquela luta eu não ganhei da Amanda, não é algo que vai mudar quem é a Cris Cyborg. Acho que Deus tem um plano muito maior do que a minha vitória naquela noite. É só dar continuidade, treinando, e não é a primeira vez que eu venho de derrota, eu perdi minha primeira luta, e não mudou nada. Continuei treinando, continuei me dedicando, acho que é da mesma forma, mas todas as lutas que eu faço, sempre deixo nas mãos de Deus - disse a ex-campeã ao Combate.

Cris Cyborg luta contra sina de lutadores que não são os mesmos após perderem pela primeira vez


A crença popular em torno da sina é que, uma vez que a "aura da invencibilidade" é quebrada, os adversários perdem o "medo" para enfrentar esses grandes campeões. Felicia Spencer, todavia, nega que tenha recebido essa "injeção de confiança" com a queda de Cyborg. A canadense, que está invicta em sete lutas profissionais e foi campeã peso-pena no Invicta FC, afirma que já tinha um plano em mente contra a curitibana antes da vitória de Amanda Nunes, da qual puxou pouco para sua estratégia.

- Eu sei que todo mundo é vencível, eu inclusive. Acho que por isso eu faço um bom trabalho em achar uma forma de vencer todas as lutas. Eu sei que Cyborg é vencível há muito tempo. É difícil tirar qualquer coisa da última luta porque foi muito rápida. Amanda e eu não temos o mesmo estilo, então é difícil tirar algo disso, mas suas últimas lutas no UFC mostraram muito sobre seu jogo, e posso capitalizar de uma forma que muitas não conseguiram - garantiu Spencer.

A canadense pode ser surpreendida, porém, por uma Cris Cyborg renovada. A brasileira fez boa parte de seu camp na África do Sul, após gostar do trabalho realizado pela equipe de seu parceiro de sparring Don Madge, e recebeu muito carinho de fãs pela personalidade que demonstrou após a derrota para Amanda. Durante a semana, apesar de estar enfrentando uma canadense, foi abraçada pelo público de Edmonton.

- O que me motiva sempre é meus fãs. Após minha última luta, eu tive mais fãs do que antes, acho que as pessoas conseguiram ver quem é a Cyborg - é um ser humano, não é um ciborgue! Acho que foi especial essa luta passada. Eu estou feliz de estar voltando, lutando, fazendo o que eu gosto de fazer - concluiu Cyborg.


Cris Cyborg e Felicia Spencer se enfrentam neste sábado no UFC 240

O evento deste sábado traz ainda uma disputa de cinturão no peso-pena masculino e outros quatro brasileiros em ação. Confira o card completo:

UFC 240
27 de julho, em Edmonton (CAN)
CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília):
Peso-pena: Max Holloway x Frankie Edgar
Peso-pena: Cris Cyborg x Felicia Spencer
Peso-meio-médio: Geoff Neal x Niko Price
Peso-leve: Olivier Aubin-Mercier x Arman Tsarukyan
Peso-médio: Marc-Andre Barriault x Krzysztof Jotko
CARD PRELIMINAR (20h, horário de Brasília):
Peso-mosca: Alexis Davis x Vivi Araújo
Peso-pena: Hakeem Dawodu x Yoshinori Horie
Peso-pena: Gavin Tucker x Seung Woo Choi
Peso-mosca: Alexandre Pantoja x Deiveson Figueiredo
Peso-mosca: Sarah Frota x Gillian Robertson
Peso-leve: Erik Koch x Kyle Stewart

Fonte: Sport TV

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